Se na última semana este espaço terminava com a frase ‘o ciclo está a mudar’, os dias seguintes mostraram que o ciclo já mudou. A vitória inesperada de Rangel numa votação contra Rio, no Conselho Nacional do PSD, define o novo rosto da alternativa a Costa.

Em causa estava mais uma proposta obtusa de Rui Rio. Pela dramatização, o líder procurava sobreviver agitando o espectro da crise política. Uma crise provocada pelo choque entre um PS moderado e os seus aliados despesistas. Que melhor elogio poderia Costa receber? Desta forma desastrada, Rio procurava adiar a inevitável mudança de que o PSD necessita. Surfava a onda lançada por Marcelo, que anunciou a inevitabilidade de eleições, caso o PS não logre aprovar o Orçamento.

Marcelo fez o que lhe competia, tornando pública a sua posição face aos riscos da voragem reivindicativa de bloquistas e comunistas.

No olho do furacão está Costa. A mudança de ciclo, ditada pela inevitável queda de Rui Rio, poderia levar Costa à tentação de largar a bazuca, a fim de a segurar com mais força, após o inexorável castigo eleitoral dos partidos à sua esquerda. Mas um novo líder no PSD, ainda sem qualquer desgaste, apostado na defesa do elevador social em democracia plena, mais os efeitos dramáticos deste inverno na Saúde, nos preços da eletricidade e combustíveis não aconselham a Costa esta batalha eleitoral. O PS lançará os milhões necessários à gula da extrema-esquerda. Para o ano logo se vê.n

A VITÓRIA DE RANGEL DEFINE O NOVO ROSTO DA ALTERNATIVA A COSTA