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CRIME

PINHAL DO REI, QUATRO ANOS DEPOIS

Há quatro anos, por esta época, ardia a quase totalidade (85%) do Pinhal de Leiria, num incêndio que teve origem criminosa. Os incendiários e seus mandantes ainda não foram acusados, a prometida recuperação da zona do Pinhal ainda não teve lugar, mas já muitos ganharam com esta desgraça. Desde logo, os que ficaram com a madeira a preços reduzidos. Mas também quem a armazenou, beneficiando de subsídios de Estado (três euros por tonelada): quem a comercializou, a quem o governo garantiu um apoio de quatro euros por tonelada; e quem a transportou, principalmente a partir do renovado entreposto ferroviário do Louriçal. E alguns mais irão beneficiar da situação de abandono do pinhal. Daqui a algum tempo, assistiremos certamente a campanhas em que tentarão convencer a opinião pública que as razões para a plantação do pinhal hoje já não subsistem, que o aproveitamento terá de ser distinto. E assim, por certo, na zona mais litoral irá nascer um empreendimento imobiliário de luxo; e na zona mais interior do Pinhal arriscamos um novo deserto verde, ou seja, um eucaliptal.n

POLÍTICA

pt-pt

2021-10-17T07:00:00.0000000Z

2021-10-17T07:00:00.0000000Z

http://quiosque.medialivre.pt/article/282441352280210

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