APJ encontrou conversas e imagens suspeitas no computador do padre, de 46 anos, da Diocese de Viseu, que trocou mensagens, algumas de teor sexual, com um menor de idade, num escândalo que continua a abalar a Igreja Católica e que levou o bispo de Viseu a suspendê-lo de todos os serviços diocesanos, enquanto decorrem as investigações do Ministério Público.

Tanto o computador como o telemóvel do padre foram apreendidos e toda a informação extraída. A Judiciária analisou os conteúdos e concluiu que o padre mantém, há vários anos, conversas impróprias com menores e que isso mostra um padrão de comportamento. Há também fotografias e vídeos comprometedores. Por tudo isto, o relatório da PJ propõe uma acusação contra o pároco. Já a defesa do padre está descontente com o rumo do caso e vai avançar com uma queixa às entidades competentes contra a PJ por “clara violação do segredo de justiça”. A defesa, que não teve acesso ao relatório final, recusou comentar as provas encontradas na investigação. Quanto ao caso concreto do menor, aconteceu só por uma vez, durante um almoço numa adega em que o pai do rapaz também esteve presente, mas que não se apercebeu de nada. O padre, que estava sentado à mesa ao lado do adolescente, na altura com 13 anos, pediu para que este escrevesse num guardanapo o seu número de telemóvel. O menor fê-lo e, a partir daí, houve uma troca de mensagens escritas. A meio do almoço, o adolescente ausentou-se para ir à casa de banho e foi perseguido pelo padre que tentou beijá-lo e apalpá-lo. No regresso à mesa, o adolescente pede ao pai para trocar de lugar e alega que não quer ficar ao pé do padre, o que não acontece. Depois do almoço, o padre tenta, por dezenas de vezes, ligar ao menor, que não atende. No dia seguinte, conta tudo ao pai que expõe o caso à Comissão e ao bispo de Viseu.n

PAI DO ADOLESCENTE ESTAVA AO LADO E NÃO SE APERCEBEU DE NADA