Pelo menos quatro homicidas (três condenados e um em preventiva) foram admitidos em cursos de licenciatura da Universidade Aberta e podem começar a frequentar as aulas – à distância – a partir de outubro, quando o ano letivo começar.

Rosa Grilo, tal como o CM noticiou ontem, foi admitida no curso de Ciências Sociais, mas não é a única pessoa detida a frequentar esta licenciatura. Terá como colega de turma José Abílio Fortuna Malengue, um guarda-prisional de 50 anos que, em dezembro, matou um agente da PSP de folga em Évora. Ainda assim não vão partilhar qualquer sala de aula, uma vez que Rosa

Grilo está a cumprir pena em Tires, Malengue está em prisão preventiva à espera de julgamento na cadeia de Évora e as aulas são dadas remotamente. Os alunos só precisam de ter acesso a um computador ou outro meio com internet disponível.

Também as gémeas Rafaela e Inês Cupertino apresentaram candidaturas, fizeram os exames necessários e foram admitidas na Universidade Aberta, mas na licenciatura em Ciências do Ambiente. Rafaela foi condenada a 18 anos de prisão e Inês a 15 pelo homicídio qualificado da filha recém-nascida da primeira e profanação do cadáver. Na altura, 9 de abril de 2018, Rafaela entrou em trabalho de parto em casa, mas assim que a bebé nasceu tentou afogá-la na banheira e a seguir espetou por três vezes uma faca de 15 centímetros no peito. Tanto o parto como a morte tiveram a ajuda da irmã. A seguir colocaram o corpo num saco de plástico com o objetivo de se desfazerem do cadáver, mas foram travadas pela chegada do companheiro de Rafaela e uma hemorragia que obrigou a chamar o INEM.

O CM contactou ontem a Universidade Aberta, por telefone e correio eletrónico, para perceber se estas admissões fazem parte de uma política intencional de reabilitação, mas não obteve qualquer resposta.n