espaço tem sido, desde sempre, um domínio de inspiração e de curiosidade da humanidade.

Talvez porque a sua dimensão nos impele para as perguntas sobre a nossa própria existência e nos transporta para este enigma que é a vida.

Como do nada se cria tudo, como é que cada átomo da composição do nosso corpo traz consigo um destino de criação? Como é que nesse guião se forma a mais fascinante criação do universo como hoje o conhecemos, a mente, que anseia por uma interpretação desse universo com uma resposta a este destino de criação?

Somos efémeros e frágeis e a nossa evolução faz-se por saltos geracionais, de transferência de conheci- mento e com um grau de evolução lento face à nos- sa esperança de vida. Na realidade, este tempo é irrelevante no contexto cósmico; mas para a hu- manidade é tudo, e hoje estamos numa encruzi- lhada pela luta contra o tempo – que parece que estamos a perder.

Esta é a batalha das nos- sas vidas: assegurarmos que poderemos ter uma palavra a inscrever nas páginas do grande livro do destino cósmico se conseguirmos ter uma relação saudável e equilibrada com o nosso planeta que nos permita mais alguns milhares de anos de evolução, que nos permita sermos uma espécie interplanetária e habitar novos mundos. Por isso, é importante percebermos que a próxima conquista do espaço passa pela coordenação global, para assegurarmos a sua sustentabilidade e a sustentabilidade do nosso planeta. E para que as novas

Somos efémeros e frágeis, a nossa evolução faz-se de saltos geracionais

gerações consigam ter tempo para, de alguma forma, assegurarem o que poderá ser o nosso destino como humanidade: sermos a tal espécie interplanetária com o tal lugar no cosmos que pensamos ter.

Quando falamos de espaço, há sempre esta ideia errada de que não fazemos parte dele. Já lá estamos aquando da criação da Terra que sustenta a vida do homem.

A Grande conquista do espaço pelo homem é assegurarmos que continuaremos a estar no espaço, a partir da Terra.