Em MOTOMAMI, Rosalía afasta-se do flamenco com que surgiu, abraçando o reggaeton, a pop e o experimentalismo

no registo clássico do flamenco, exibindo, em Los Ángeles (2017), uma potência e amplitude vocal fora do comum. No registo seguinte, El Mal Querer (2018), um álbum conceptual centrado num relacionamento tóxico, aliou-se a dois dos mais destacados produtores espanhóis contemporâneos, El Guincho e C. Tangana, para mesclar o flamenco com a pop e o hip-hop numa visão futurista do género – colando a si, no processo, os olhos e ouvidos de todo o mundo.

Agora, Rosalía, o prodígio catalão que subiu aos mais altos patamares da música pop, regressa a Portugal (a última vez foi em 2019, no NOS Primavera Sound) para mostrar a mais recente fase da sua evolução: em MOTOMAMI, deste ano, afasta-se um pouco mais do flamenco, enfatizando uma pop mais dançável (La Fama, Despechá) ou mais tenra (Hentai, Como un G), bem como a música latina que mais a tem inspirado, em particular o reggaeton (Saoko, Chicken Teriyaki) ou o bolero (Delirio de Grandeza). Comum a todos é a sua abordagem experimental, misturando livremente a cultura alta e a popular com grande inventividade.

A MOTOMAMI World Tour passa por Braga, no Altice Fórum, esta sexta, dia 25, e segue para Lisboa, na Altice Arena, no domingo, 27. Em ambos os casos, os bilhetes (€35 a €60) estão esgotados. ●