O Governo pagou, através da Parpública, 186 mil euros a uma empresa de `caça-talentos' (`headhunter') para escolher o nome de Christine Ourmières-Widener para presidente executiva da TAP (CEO), apurou o CM. A iniciativa partiu do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, após o anúncio da saída de Antonoaldo Neves, em 2020. “O que faremos é a contratação especializada para procurar no mercado internacional gestores especializados”, anunciou Pedro Nuno, acrescentando na altura que “a TAP precisa de uma gestão qualificada e terá gestão qualificada”.

A consultora internacional escolhida pela Parpública foi a norte-americana Korn Ferry, especializada em recrutar diretores e presidentes no

Mundo inteiro, que foi selecionada entre quatro empresas que apresentaram propostas à empresa que gere as participações do Estado.

A Korn Ferry selecionou um conjunto de nomes (`short list') para a liderança da TAP, cabendo à Parpública, liderada na altura por Jaime Andrez, a escolha final do nome de Christine Ourmières-Widener para a liderança da transportadora aérea nacional.

Recorde-se que Christine Ourmières-Widener foi exonerada este mês pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, e das Infraestruturas, João Galamba, em consequência do escândalo do pagamento de 500 mil euros de indemnização a Alexandra Reis, ex-administradora da companhia, que foi considerado nulo pela Inspeção-Geral de Finanças.

Os membros do Governo alegaram “justa causa” para a exoneração da CEO e do `chairman', Manuel Beja, mas Christine Ourmières-Widener já manifestou a vontade de contestar esta decisão em tribunal.

Na próxima terça-feira (dia 21), a TAP apresenta os resultados dos último trimestre e de todo o ano de 2022. A apresentação estará a cargo da CEO exonerada e do administrador financeiro Gonçalo Pires em `conference call' só com investidores. Segundo apurou o CM, os resultados serão positivos, podendo os lucros do ano superar os 40 milhões de euros.

FOI DA PARPÚBLICA A RESPONSABILIDADE DE ESCOLHER O NOME DE CHRISTINE WIDENER